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e Moda lá tem a ver com cultura?

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Você sabia que moda é cultura? Ela pode ser uma "vitrine" da sociedade e a antropóloga Ana Paula Fiori explica direitinho essa história, só escuta...

Ana Paula Fiori - AntropólogaCabide Sustentável
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Imagem: GIPHY

Curtiu?! Você não precisa ser amante de moda para entender que ela está ligada a tudo: cultura, economia e até mesmo comportamento. Com ela conseguimos mostrar para as pessoas quem somos. Quantas vezes você já não se vestiu de um jeito mais formal para passar a impressão de seriedade, ou usou alguma camisa com dizeres para passar uma mensagem para as pessoas a sua volta? Pois é, a moda comunica! Conversamos com a Daniela Hinerasky, jornalista e pesquisadora na área da moda, e ela explicou que, "moda é um fenômeno sociocultural e, em um certo sentido, é um mercado que permite às pessoas por meio das vestimentas exprimir seu estilo, gostos, jeitos de viver e até ideologias". 

Como a Daniela mencionou, a nossa visão de mundo e ideologia, também estão ligadas à moda. Vivemos na era da sustentabilidade e os conceitos sustentáveis acabam se tornando também parte das nossas ideologias, mas já se questionou quem influencia quem está dentro da moda? Por exemplo, nós que nos tornamos ecologicamente corretos primeiro e daí o mercado seguiu nossos passos (tipo a voz do povo é a voz de Deus), ou a indústria se tornou consciente primeiro e a partir daí  começou a nos influenciar? Ok, eu confesso que até eu fiquei bastante confusa com esse papo…

 

Mas para a nossa sorte a Daniela explicou para a gente que essa coisa de influência é uma via de mão dupla dentro da moda. "Tanto a indústria quanto a sociedade se retroalimentam. Algumas tendências são criadas pelo mercado ou pelas demandas sociais e ambientais, outras são captadas a partir dos movimentos de grupos sociais. Mas com certeza, as marcas que se mantém são aquelas capazes de entender as preocupações, interesses e anseios dos novos consumidores", explica a jornalista. 

Consciência é

uma palavra-chave desta década e das próximas"

 

Daniela Hinerasky

Jornalista,

Pesquisadora

Sócia Jolie Ceci

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Imagem: GIPHY

Você percebe que a cada dia estamos prezando por consumir produtos de empresas que se alinham com nossos ideais, e cada vez mais pessoas tomam atitude de abrirem suas empresas visando seus princípios?! A Daniela também é sócia da Jolie Ceci, uma marca com produção artesanal e slow, que se alinha a produções que não agridem ao meio ambiente.  

Quando questionamos o motivo do porque criar uma marca slow, ela lista muitos motivos: "para fazer a nossa parte. Para ser uma alternativa para quem valoriza as pequenas empresas, a qualidade, a produção sustentável. Para gerar menos danos ao planeta (sabemos o quanto o mercado é nocivo ao meio ambiente), menos desperdício, porque queremos evitar o consumo pelo consumo. Tudo isso", conta a pesquisadora.

E assim seguimos, cada um fazendo a sua parte, colaborando da forma que consegue, mesmo que não seja uma atitude grande assim, já ajuda a influenciar as pessoas a nossa volta a serem mais conscientes. Um puxa o outro. Mas como você já sabe, a sustentabilidade não é exatamente o ponto forte da moda. Para falar a verdade, o tema só começou a ser pauta por volta de 1970 – ano em que foi comemorado o primeiro dia da Terra. Há quem diga que a moda sustentável teve início através dos hippies e seu estilo “good vibes” de se vestir.

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Olhando para trás, percebe-se que para que uma mudança significativa passasse a existir na indústria têxtil, algumas tragédias precisaram acontecer. Um caso foi o escândalo da Nike em 1991 por conta das péssimas condições em suas fábricas da Indonésia e o mais recente, o desabamento da fábrica Rana Plaza em Bangladesh, que aconteceu em 2013.

Estopim para a criação do

Fashion Revolution

Amélia Malheiros é gestora na Fundação Hering e conta com 40 anos de experiência no varejo. Sua visão é de que antes o ambiente era menos controlado, sem tantas leis e normas. A responsabilidade social da sustentabilidade ficava a mercê da boa vontade e possível preocupação da liderança de cada empresa. “Antes as boas práticas eram aleatórias. Hoje, [contudo], passaram a ser reguladas a fim de evitar a falácia do “marketing verde”. Sinto que houve evolução. Muitas empresas tem a real preocupação com seus impactos e fazem esforços concretos para mitigar”, afirma Amélia. Infelizmente as mudanças ainda não acontecem na velocidade desejada, mas já são visíveis.

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Imagem: GIPHY

Para Amélia a principal força para a mudança é a pressão do consumidor e – a gente acredita que em breve – as políticas públicas. Novos comportamentos e atitudes agora saem dos nichos e ganham a base da pirâmide. “O século XX teve a estética como valor predominante. Hoje no século XXI quem está na moda é a ética”, argumenta a diretora. Troca de roupa, compras em brechó, resinificação, upclycling, customização.  “Ainda estamos longe de chegar num lugar de conforto para esse tema, mas temos esperança”, admite.


E esta esperança está sim nos menores movimentos, mas principalmente nos movimentos em rede. E aí você vai conhecer o Lab Moda Sustentável, uma iniciativa nacional, multissetorial e liderada por atores de importância e relevância. Com certeza é um ótimo exemplo.

todo mundo, quero ver

A junção de grandes influenciadores e organizações resultou na criação do Lab Moda Sustentável, que atualmente conta com cerca de 40 lideranças. O projeto começou em 2016 com o fundador Instituto C&A, e conta com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e o Instituto Reos.

Tendo como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o Lab busca entender os principais desafios do setor da moda no Brasil e agir em busca das mudanças e soluções necessárias. A Lucilene Danciguer é líder-gestora do projeto e acompanhou o processo desde os primeiros passos. Ela explica que através dos cenários obtidos, foi construída a Teoria da mudança: “ela é uma visão para 2027 e aponta aquilo que se quer alcançar na moda em 5 e 10 anos.”

E é aí que as iniciativas do Lab aparecem. Elas buscam discutir e colocar em prática ações e discussões que influenciem os desafios observados, pensando na inclusão de gêneros, inovação industrial e de serviços, cuidados com o meio ambiente, entre outros tópicos.

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Imagem: GIPHY

Para ficar ainda mais fácil de entender o que exatamente o Lab Moda Sustentável realiza, Lucilene faz questão de apresentar uma das iniciativas de mais sucesso: o Tramando Juntas. “A iniciativa buscou trabalhar com a questão das condições precárias de trabalho na cadeia da moda com foco no elo da confecção, onde temos o trabalho principalmente de costureiras que são autônomas em casa e trabalham em condições bem precárias”, relata.

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O programa propõe um modelo colaborativo de produção onde as condições de trabalho, partilha de ganhos e critérios como sustentabilidade, justiça social e direitos humanos são prioridade. E aí, se animou? Agora pense nos resultados que um projeto nacional como o Laboratório Moda Sustentável pode trazer para o setor no Brasil. Com certeza ainda tem muita coisa boa por vir até 2027. Mas não se acomoda, não. Afinal, cada um precisa fazer sua parte!

cultura
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Imagem: Cory Schadt

Sinal de condão e teremos Então

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Imagem: GIPHY

Ah, eu sei que você pegou a referência ali e até deu uma cantarolada. Seria tudo bem fácil se a gente tivesse uma fada madrinha pra cuidar de tudo no nosso lugar, né?! É, a gente sabe. Mas como isso (ainda) não é possível, você já teve a curiosidade de saber de onde as suas roupas, sapatos e acessórios vêm? Assim, quando você vai a um restaurante você se preocupa com a preparação do prato, nada de qualquer um colocar a mão na comida... E com o que você veste, tem esse controle de qualidade?

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Nós abordamos algumas pessoas para descobrir se elas sabem como surgem as roupas e para saber um pouco o que eles acham a respeito disso. Vamos conferir?

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Imagem: GIPHY

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Imagem: Kate Edling

afinal de contas, "quem faz minhas roupas?"

O Movimento "Quem Faz Minhas Roupas?" foi criado ela ONG Fashion Revolution Brasil, que é um dos maiores movimentos que luta pelo fim do trabalho escravo na moda e por uma moda que não descarte, mas que recrie. Conversamos com a Bárbara Pereira, da comunicação do FR e ela vai contar um pouco da história do FR, como o movimento surgiu, como é a aceitação aqui no país e várias outras coisas. Dá um play.

Fashion Revolution - Bárbara PereiraCabide Sustentável
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CRÉDITO OU DÉBITO?

Eloise está dentro dos 8% da população mundial que sofre de compulsão por compras, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde. Ela relata ter se dado conta da compulsão apenas quando reparou que comprava muitas coisas que não precisava. “Eu ficava tão animada para comprar, mas quando chegava em casa eu demorava dias para abrir e até meses para usar”, conta a maquiadora. A sensação de alegria ao comprar pode ser surreal e todos nós sabemos disso. Eloise, inclusive, assegura se sentir feliz ao comprar. Porém, logo em seguida desabafa, “depois de chegar [a compra] e eu ver que o dinheiro sumiu da carteira, caio na real e fico triste.”

Imagem: GIPHY

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Você já descarregou seu estresse em compras alguma vez? Ou já se endividou porque queria muito algo que no fim nem foi tão útil assim? Passou aquelas peças de roupa no cartão de crédito e ficou por meses em dívida? Pois é. Provavelmente todo mundo já fez isso pelo menos uma vez na vida. E é por isso que não podemos fugir do assunto: compulsão por compras, principalmente quando estamos falando de moda. Eloise Pelissari tem 20 anos, é maquiadora no interior do Paraná e é viciada em compras, principalmente se estiver dentro de uma loja de tênis. “O normal é que as pessoas tenham por volta de 2 a 3 pares… Eu tenho quase 10 e continuo querendo mais. Não só quero, na realidade. Eu compro”, afirma.

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Por conta disso, ela até tentou deixar de lado a rotina de compras excessivas, mas não conseguiu. Ela não acredita que parar seja realmente uma necessidade. “Na verdade, eu sinto que preciso trabalhar mais para ter mais dinheiro e poder comprar mais”, confessa. Você se identificou com a Eloise em algum aspecto? Calma. Para entender um pouco mais sobre o que é a compulsão e até como controlar esses impulsos, confere aí o que a psicóloga Amy Pardo explica.

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A Ana Gabi percebeu que estava em um comportamento compulsivo quando descobriu que tinha nas roupas um mecanismo de compensação. “Senti que eu aumentava cada vez mais o valor e a frequência das compras e o sentimento de culpa que logo as seguia. Percebendo que eu trabalhava para pagar as contas básicas e para torrar todo o restante do dinheiro em roupas que eu nem queria tanto, que eu nem gostava tanto e que eu nem tinha me planejado para comprar”, expõe. A Ana é estudante de psicologia e está compreendendo (na prática) sobre a compulsão.  

 

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Pensei que, assim como nos alcoólicos anônimos, se eu postasse todos os dias como afirmativa de que naquele dia eu não comprei, acrescentado ao fato de que haveria pessoas me olhando, eu me manteria mais firme no meu propósito, pensaria duas vezes antes de comprar"

 

Ana Gabi

Estudante de Psicologia

e criadora do "Puts, Comprei"

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“Acredito que na tentativa de compensarmos uma falta, repetimos disfuncionalmente algum ou alguns comportamento(s) que nos traz(em) prazer ou gratificação e que esse funcionamento de repetição disfuncional, que seria o comportamento compulsivo, pode ser apresentado por um curto ou longo período da vida”, afirma.  

 

Para entender melhor o tema e tentar reverter o quadro, Ana decidiu fazer o projeto Putz Comprei: “eu senti que eu deveria tomar uma medida mais brusca para lidar com esse problema e, sem saber como seria, me lancei nesse desafio de ficar um ano sem compras”. Desde então a estudante compartilha sua jornada nas redes sociais há mais de 260 dias.

A universitária afirma que “o que acontece é que somente encarando nossas angústia conseguimos aprender a com elas lidar e a amadurecer, nos conhecermos melhor.  Acredito que voltei a ser mais humana e a cuidar mais de mim; perceber como eu me enchia de tarefas, cobranças e roupas como forma de não lidar com alguns sentimentos/ pensamentos. Também sinto que passei a valorizar um pouco mais as experiências do que os bens materiais”.

Quanto ao futuro, ela não sabe como será, mas as mudanças já são perceptíveis e fazem toda a diferença. E aí, sentiu uma pontinha de curiosidade para saber se isso acontece por aí? Rola o cursor que a psicóloga Beatriz Barros ajudou a gente a montar um teste rápido para saber se você precisa repensar seus hábitos ou se tá tudo bem. - Lembrando que o teste não anula ou substitui qualquer diagnóstico.

comprar ou não comprar?

eis a questão...

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Imagem: GIPHY

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TIRA A MÃO DO BOLSO E PÕE NA CONSCIÊNCIA

Calma! Se seu resultado não foi lá tão bom não precisa se desesperar. Nessa vida só não tem jeito para a morte e existem profissionais maravilhosos que estudaram justamente para nos ajudar. Agora vamos falar sobre uma coisa muito legal e tirar esse climão? Consumo consciente. A professora de design sustentável e diretora educacional do Fashion Revolution, Eloisa Artuso, explicou pra gente que “consumo consciente é quando você para e pensa duas vezes se realmente precisa de uma nova peça, ou se não está apenas fazendo por impulso. Do mesmo modo, ser consciente é comprar pensando em sua durabilidade e saber de sua origem, por quem ela foi feita, sob quais condições, de que matéria prima e outras coisas.”

Ela também diz que a gente vive em uma sociedade de consumo, onde tudo virou mercadoria. “Desde o ano 2000 o volume de produção e consumo aumentou muito em todo o mundo. Também por conta da globalização da cadeia produtiva da moda,  facilitou que tudo fosse produzido de maneira muito rápida e com preços baixos. Isso, de certa forma, faz com que as pessoas consumam ainda mais”, explica a professora.

De acordo com a Eloísa, consumir de forma consciente afeta tanto quem compra, quanto quem faz. “Saber o processo e entender a relação entre produtor, designer ou marca e o consumidor, faz bem para ambos os lados. Isso porque os trabalhadores envolvidos no processo vão ser respeitados, as marcas poderão ser reconhecidas pelo trabalho que elas realizam, desde que sejam sustentáveis e conscientes do que fazem”, comenta e acrescenta: “tendo consciência dos impactos, é mais fácil aproveitar de forma inteligente as matérias primas, optar por processos mais limpos e menos perigosos para o ambiente e para as pessoas, vamos conseguir fazer com que as coisas durem bem mais. A gente vai preferir qualidade ao invés de quantidade e o descarte será menor”. 

As preocupações com a origem e os processos da peça fazem parte de uma forma de consumir mais consciente."

Eloisa Artuso

Professora de

Design Sustentável e

Dir. Educacional

Fashion Revolution 

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A roupa mais sustentável é a que já existe: ela já gastou e já poluiu tudo que ela poderia, então é necessário estender ao máximo o ciclo de vida de um produto!"

Em pensar que muitas das mudanças que o mundo precisa podem começar com a gente dá até um quentinho no coração, né?! Muitas marcas já estão se conscientizando e fazendo a parte delas em prol do meio ambiente. Lembra do Modaly?! Na mesma pegada e para dar aquela forcinha na hora de escolher, a Julia Codogno criou a Mabelle Vitrine, um guia de marcas. Espia o nosso bate-papo aí.

Imagem: Divulgação

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CS: Como surgiu a ideia de criar um guia de marcas?

Julia: Então, sabe que depois de trabalhar tanto tempo com moda e comunicação, percebi que sempre compartilhava conteúdos através das redes, e nisso percebi que as pessoas sempre vinham me perguntar referências e coisas do tipo. Buscando informação mesmo.

 

Também sempre achei algumas informações soltas demais, alguns sites com pequenas listas de marcas mais sustentáveis, mas sempre faltando algo. Aí, pensei, porque não reunir o máximo de marcas e projetos possíveis num único lugar?! E foi assim que ele começou a ganhar forma

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Imagem: Kate Edling

Saindo um pouco de marcas, mas ainda pensando em consumir com consciência, vamos deixar as coisas mais "próximas". Sabe aquela peça que combina com tudo?! Aquela que é curinga e não tem erro?! Pois então. E se você tivesse um armário só com peças assim? Esse é o conceito do Armário Cápsula. Basicamente, é um armário composto por poucas peças que combinam entre si de forma fácil, rápida, e sem estresse. A Cristina Bonfim fez um vídeo no canal dela onde ela explica certinho como funciona o armário cápsula, e como fazer para montar o seu. Ela também fez o desafio 7em7, onde ela passa uma semana usando apenas 7 peças de roupas. Dá uma passadinha lá para conferir. 

Para te ajudar a soltar a criatividade, a gente fez um vídeo (bem blogueirinha mesmo) montando alguns looks com uma peça principal. Quer ver?

Entendeu o ponto? Quanto mais "básicas" - cores neutras, lisas, jeans - mais criações são possíveis. Vai no seu guarda-roupas, seleciona suas peças e comece a combinar. Comece pelas peças que você mais gosta, que acredita ser mais fáceis de montar looks , depois pegue as peças mais estampadas, coloridas e "difíceis", porque depois que você aprende a criar com o que já tem, o céu é o limite!

consumo consciente
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