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luz na pa$$arela

Você já deve ter ouvido por aí que moda está ligada a coisas fúteis e supérfluas, talvez por causa de toda a "glamourização" que ela está envolvida. É claro, moda também é luxo e holofotes, não tem como negar, mas a moda também ajuda a caracterizar toda uma sociedade porque ela faz parte da cultura e,  além  disso, atualmente  o setor têxtil e de vestuário  são os setores que mais empregam e provavelmente vai permanecer assim por um tempo.

 

“Em um mundo que passa por profundas transformações no seu modo de produção, com a chegada da Indústria 4.0 e a automação, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Big Data, a moda pode abrigar os profissionais do futuro, cujo principal capital é o humano, criativo, fruto do talento. Afinal, as tarefas repetitivas serão totalmente automatizadas,” estima a jornalista colunista do Carta Capital, Iara Vidal.

Segundo a economista e docente Nilza Siqueira, apesar da grande crise econômica que estamos passando no Brasil, o mercado da moda ainda apresenta crescimento. O país é, de acordo com a Abit, o 4º maior produtor de malhas e gerou de janeiro a abril deste ano (2019) quase 17 mil empregos.  Porém essa nova onda do sustentável influencia de alguma forma a economia?

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Imagem: GIPHY

No Brasil, a indústria
têxtil e do vestuário - que inclui a Moda - é a segunda maior geradora de emprego, em especial
para mulheres.

Iara Vidal

Jornalista, colunista

Carta Capital em Moda,

Sustentabilidade e Economia Criativa

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Primeiro, para entender melhor como  o universo de moda sustentável colabora para o desenvolvimento da economia, precisamos ter em mente que a moda está dentro do que chamamos de economia criativa. Vamos explicar mais a frente o quê isso quer dizer.

Quando se trata de sustentabilidade o modelo de economia que mais se encaixa nos conceitos sustentáveis também é o circular, pois "na economia linear a produção depende do consumo de recursos finitos, já na economia circular, as matérias primas são utilizadas e reutilizadas ao máximo com o mínimo de desperdício." conta a economista e docente Nilza Siqueira.  Os modelos funcionam basicamente da seguinte forma:

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Entendido? Tanto moda quanto sustentabilidade estão dentro do modelo circular econômico, e a partir deste fazem parte da vertente de economia criativa."Economia Criativa é um conceito em construção. É um conjunto de atividades econômicas que partem do talento criativo, da cultura e da inovação; ao mesmo tempo é uma estratégia de desenvolvimento que articula alguns dos elementos mais dinâmicos da economia; além de alternativa para a redução da desigualdade, com a geração de emprego, renda e oportunidades." explica Iara Vidal.

A economia circular sugere alteração na maneira de consumir, do design dos produtos e na relação das pessoas com as matérias primas utilizadas e os resíduos gerados no processo de produção e consumo."

 

Nilza Siqueira

Economista e

Docente 

WhatsApp Image 2019-09-24 at 8.59.05 PM.

"A economia circular é um tema bastante relevante para repensar o modelo econômico atual”, diz Nilza. Para Iara Vidal, apesar de muito ser falado de moda sustentável, ainda estamos um pouco distantes de chegarmos a essa realidade. “No atual modo de produção linear, no máximo há atributos sustentáveis nesse processo. Para a moda ser sustentável tem que alterar radicalmente a estrutura de produção para uma estrutura circular”, revela a jornalista. 

Nossa forma de ver o mundo está mudando, estamos cada vez mais conscientes nas nossas atitudes em relação ao meio ambiente e isto é um fato, mas apesar de procurarmos maneiras mais cautelosas e racionais de consumir, ainda falta muito para conseguirmos implantar o modelo de economia circular aqui no Brasil. “O Brasil ainda é um país que apresenta grandes desperdícios, tanto na produção quanto no consumo. Acredito que existe muito potencial a ser explorado em relação à economia circular. Pode-se dizer que o desenvolvimento é lento, mas a Lei federal dos resíduos sólidos se articula com o conceito de economia circular e contribui para o desenvolvimento", esclarece Nilza.

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Imagem: GIPHY

e por falar em criatividade...

A moda ainda tem um caminho muito longo e complexo para seguir dentro da economia, ainda mais quando existem pretensões de se alinhar às concepções da sustentabilidade. “Só é possível mudar a moda com políticas públicas para transformações estruturais do processo produtivo de um modo linear para um modo circular. Apenas quando os grandes players globais da moda aderirem a essas mudanças que haverá escala nessas transformações”, lembra Iara. 

 

Deu para perceber que moda vai muito além do que você imaginava, né? Espero que sim. A moda ainda vai passar por muitas transformações nos próximos anos e não estamos falando de novas tendências na passarela. Para te ajudar a entender um pouco melhor como funciona isso de economia criativa na prática, vamos te apresentar a alguns projetos. Para começar nós conversamos com a Julia D'Amo, ela é a criadora e uma das sócias do closet compartilhado “Amiga, me Empresta?”, e tirou de uma "brincadeira" uma forma criativa de ganhar dinheiro fazendo o que gosta. Clica ali embaixo pra entender direitinho como funciona.

Amiga, me empresta - Julia D'AmoCabide Sustentável
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do lixo ao luxo

E aí, gostou? Calma que ainda tem muito mais. A FABRÈS é uma marca de luxo que tenta seguir os conceitos de sustentabilidade e da economia circular,  ainda por cima ajuda a gerar visibilidade e emprego para comunidades e artesãos do Brasil. "Criei uma fábrica de jóias e em 2013 sonhei em ter uma marca de couro diferenciada, então comecei a criar as primeiras formas da FABRÈS, e em 2014 lancei a primeira coleção de bolsas. Sempre criei e produzi objetos de luxo. Criar a marca foi uma maneira de evitar a cópia através de matéria prima natural com design exclusivo", lembra a empresária e arquiteta e urbanista, Celia Fabris. Ficou curioso para saber como são algumas das peças? Roda o cursor que fizemos uma seleção. Para ver o material das peças é só clicar nas imagens.

Imagem: WIX

Criatividade
economia circular/criativa
economia moda

O luxo vive

exclusivamente de artesãos.

Todo o trabalho com essas pequenas empresas é a base da produção do luxo."

 

Célia Fabris

Criadora da FABRÈS

Empresária, Arquiteta

e Urbanista

Celia

Todas as matérias-primas utilizadas pela FABRÈS vêm de vários curtumes (operações de processamento de couro cru) que trabalham com couros mais diferenciados e pouco conhecidos, como o do peixe pirarucu. "Com a maior divulgação desse material, maior será a possibilidade de gerar renda tanto para o criador do pirarucu em cativeiro, como para o pescador artesanal, que pesca o pirarucu gigante no rio, para o uso apenas da carne para a sua sobrevivência, quando poderia ganhar com a venda do couro desse peixe", conta Celia.

 

Além do couro do pirarucu a marca usa materiais como couro com palha ou seda, mistura de couros e pedaços que sobram em mantas de patchwork (trabalho com retalho), dessa forma cooperando para a diminuição de resíduos. "Todos esses couros que usamos vem da indústria da alimentação, o que antigamente era descartado agora é utilizado para a produção de moda, mobiliário e em carros. Só para ter uma ideia, 70% do couro de pirarucu é descartado pela indústria da alimentação. Vai para o lixo mesmo, pois ainda não é muito conhecido no mundo da moda. Isso poderia reverter em dinheiro para os pescadores e criadores de pirarucu no Brasil", explica a empresária.

A reciclagem do couro realmente está em alta! Em abril deste ano a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária) Pecuária Sudeste, divulgou um estudo que diz que cientistas estão desenvolvendo um protocolo que testa a durabilidade do couro de peixes, considerando a alta que esse tipo de material está tendo hoje em dia. E visando dar mais oportunidades a pequenos artesãos e minimizar os impactos no meio ambiente, a Embrapa  abriu um curso de curtimento de couro do peixe tambaqui. O curso está totalmente dentro das normas da ODS - Objetivos  de Desenvolvimento Sustentável, da ONU e usa técnicas e tecnologias que são menos poluentes. 

A jornalista interessada em consumo consciente e em políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, Iara Vidal, ainda acrescenta que “A cadeia produtiva da moda é complexa e vai desde o cultivo, extração e produção de fibras, passando pela fiação, tingimento, confecção, logística, vendas e descarte. A humanidade está adentrando a Era da Informação e em um mundo digital e automatizado é o talento humano que poderá assegurar emprego e renda para trabalhadores e trabalhadoras.”

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Imagem: Kate Edling

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Imagem: GIPHY

thank you, next

Já observou alguém costurando e percebeu os pedaços de pano que sobram de acordo com a produção da peça? Aqueles retalhos sem utilização  são chamados de resíduo ou lixo têxteis. Para entender melhor, o químico Elias Alves explica que, “o Resíduo Têxtil é qualquer material sólido, líquido ou gasoso descartado nos processos de produção têxtil. Nas indústrias de produção de fios e tecidos os resíduos líquidos e gasosos, considerados efluentes”.

 

Agora pare e pense: onde esse lixo que é gerado todos os dias pelas as indústrias do ramo e até mesmo por nós quando apenas jogamos no lixo aquela blusinha que rasgou vai parar? “Uma vez que são considerados inertes e possuindo pouco ou nenhum valor comercial, tem o mesmo destino final o lixo doméstico, em aterros sanitários ou os lixões”, conta Elias.

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Como essas sobras não possuem função, quando entram em contato com meio ambiente elas acabam causando um dano para a natureza, seja contaminando a água, o solo ou o ar. “Estes contaminantes podem ocasionar a morte de organismos aquáticos ou fazer parte da cadeia alimentar, e o seu acúmulo pode alcançar os alimentos que consumimos", informa.

 

Elias também acrescenta: "Estes contaminantes presentes nos alimentos e na água podem causar danos em nossa saúde desde simples alergias até doenças crônicas. Já as sobras de tecido, consideradas inertes, podem se acumular no ambiente devido a sua lenta degradabilidade. É o caso do nylon e do poliéster, por exemplo, os quais acabam por se acumular nos oceanos juntamente com resíduos de embalagens plásticas.” 

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Imagem: GIPHY

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Imagem: GIPHY

Além das empresas do setor têxtil, fazer o descarte correto de tecidos é uma obrigação nossa. De acordo com a lei 12.305/2010 lidar de forma correta com resíduos tornou-se obrigatória tanto para o poder público, como para os consumidores. Assim que nos tornamos donos de uma nova peça de roupa, nos tornamos responsáveis pelo ciclo de vida dela. Mas como fazer o descarte correto desses resíduos se não é divulgado?

Elias explica que a maneira correta seria destinar esses restos para outras empresas utilizarem na produção de novos produtos, como como o Acha? Breshop que já mencionamos aqui, ou a Campana, que vamos explicar daqui a pouco. “Há inúmeras empresas de upcycling surgindo com esta finalidade, desenvolvendo produtos comerciais a partir de resíduos têxteis de outras empresas. Isto tem um impacto positivo não somente na redução drástica do volume de resíduos têxteis como também na geração de emprego e renda, um verdadeiro ganho econômico”,  relata o químico. Para você que está com o guarda-roupa cheio de roupa sem utilidade e ainda não sabe que fim dar nelas, separamos alguns meios de “descarte” logo aí embaixo! 

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Você pode encontrar bancos de coleta para doação em igrejas, escolas e instituições de caridade. Além de fazer um limpa no armário, você ainda ajuda pessoas com necessidades.

Doação

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Outra opção é entregar as peças em bancos de reciclagem da sua cidade, ou tentar reutilizar as peças em casa mesmo: a camiseta velha vira pano de limpeza, o cachecol vira decoração...

Reciclagem

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Existem ainda bancos de compra de tecidos. Você leva suas roupas e pode sair de lá com uma graninha, ou com outras peças. Essa parte aqui inclui brechós ou bancos especializados.

Troca/Venda

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Bem legal a opção de trocar ou vender as roupas que você não quer mais, né?! Esse tipo de ação beneficia a todos: é só organizar direitinho que todo mundo fica feliz. O Kaio Freitas trabalha no Modaly, uma plataforma digital que te auxilia nesse processo e já tem mais de 470 empresas cadastradas. Dá cá uma olhadinha no vídeo que explica direitinho como funciona o processo para encontrar fornecedores e marcas sustentáveis no país. 

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Imagem: GIPHY

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Como você viu, dá para fazer muitas coisas com aqueles pedaços de retalhos que vão direto para o lixo. Você pode doar, trocar ou vender e, caso não consiga um destino para esses resíduos, você pode enviar para a reciclagem, para que não vá parar em um aterro sanitário junto com o lixo comum, que você já viu que não é muito legal, né?!

A marca Campana consegue um final feliz para essas sobras de tecido que muitas vezes não vemos utilidade nenhuma. "Tudo começou quando fui impactada com o lixo têxtil, na época estava fazendo faculdade de moda e tive a oportunidade de conseguir um estágio. Através dessa oportunidade comecei a conhecer o outro lado da moda, muitas facções de roupa e o descarte dos retalhos em lugares péssimos", relembra Laura Amaral, criadora da marca.

 

No começo a Laura viu que aqueles tecidos, que iam para o lixo, tinham muito potencial e começou a comprá-los por valor simbólico, mas percebeu logo que aquilo não ia dar certo e iria gerar um acúmulo, mas como dizem, é errando que se aprende, e hoje a triagem da marca tem um propósito quando sai em busca de seus retalhos. "Hoje já sei mais o que busco e tento evoluir essa busca para fibras mais naturais e tecidas, diminuir o uso do material sintético. Tecido plano, tapeçaria, sarjas. Não uso para construção de bolsas malha", explica. E dá só uma olhada nas peças:

Uma mais linda que a outra, né?! E olha que legal, alguns tecidos são doados. "Os tecidos que ganho são tecidos que vem de família, sabe? aquelas coisas que estão na casa da avó e precisam ter uma vida fora das gavetas", conta a empresária. Agora você já sabe que pode procurar alguma marca que trabalhe com esse sistema de reutilização para doar esses retalhos aí guardados na casa da vó! A outra parte dos tecidos a Laura acaba comprando em locais como o Banco de Tecidos de Porto Alegre, de empresas que estão fechando e querem repassar esse material estocado, pequenas fábricas de sapato e até mesmo empresas automobilísticas. 


Ah, a marca também tem o projeto Gaia! Quando uma pessoa tem um produto e vê que sua peça já não está em um estado bom de uso, ela pode enviar para a marca para a reutilização. "Recebo peças que não tem mais condições de  uso, desmanchamos, aproveitamos o melhor possível em ferragens e zíper, o restante fazemos cama para animais em situação de abandono. Nesse atual momento estou aceitando só peças da Campana, assim que tiver uma quantidade boa vou fazer uma produção", informa. Que legal a atitude né?! Agora não tem mais desculpinha, você sabe algumas opções de descarte para suas peças. Não esqueça que somos responsáveis pelo ciclo de vida de cada produto nosso.  

marcas sustent
lixo txtil
oq fazer c as roupas

produção sustentável?

Não dá pra negar que de uns tempos pra cá começamos a nos preocupar mais intensamente com o meio ambiente (ainda mais porque tudo que temos feito contra ele, tem se voltado a nós). Da preocupação surge a necessidade de buscar alternativas sustentáveis para diminuir os impactos negativos causados à mãe natureza. O resultado? Produção Sustentável. Bem, em linhas gerais, a produção cuida para que o ciclo de vida dos serviços causem menos impacto (e o menor dano possível) à nossa casa, aka Planeta Terra. 

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A Ane Perini é professora e pesquisadora em design de moda e explica com mais detalhes o que isso quer dizer: "Produzir de forma sustentável é compreender toda a cadeia de valor de um produto. Desde o plantio da fibra, o quanto usa de água, se tem agrotóxicos, os cuidados com tingimentos, pessoas que estão se envolvendo nessas produções e mão de obra. São muitas variáveis para uma produção sustentável."

Ambos [marcas e consumidores] devem ter a consciência de tudo que envolve os processos produtivos e qual impacto que tem em suas escolhas. Isso faz a diferença para a redução do consumismo e a interação com produtos mais duráveis, ecológicos e sustentáveis."

 

Ane Perini

Docente, Pesquisadora

em Design de Moda e

Fundadora do Studio

Strelitzia

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A produção sustentável ainda visa a qualidade de vida dos produtores e gera ganhos na sociedade e economia. Legal, né? Talvez fosse, se os produtores e os consumidores tivessem noção do quanto a sustentabilidade tem a oferecer. É claro que tudo isso tem a ver com o fato da nossa ignorância em relação ao processo de produção (ou por vezes apenas ignorarmos para manter nossa necessidade de consumo). Fato é que, como explica a professora, ainda falta consciência

Conscientizar tem a ver com buscar maneiras de reverter a situação. E é exatamente isso que o Studio Strelitzia, projeto desenvolvido pela Ane, faz. O Strelitzia oferece cursos para as necessidades de cada pessoa e/ou marca. A lógica disso tudo? Prezar pela sustentabilidade na moda mostrando que sim, é possível reduzir os impactos causados à natureza. 

"A proposta da Strelitzia é, além de criar possibilidades criativas para produtos de moda através da sustentabilidade, mostrar as diversas vertentes para uma coleção de moda que tenha impacto socioambiental positivo. Sem causar danos ao ecossistema, às pessoas e ainda que dê ganhos econômicos para as marcas continuarem no mercado", afirma Ane. 

Entendeu? O comportamento sustentável precisa envolver não apenas a produção, mas também o uso do produto e seu descarte, e isso tem a ver com todos nós. Precisamos consumir com qualidade, mas também (e principalmente) com responsabilidade, reduzindo o que é desnecessário e visando cuidar do meio ambiente.
 

futuro futuro futuro

Já sabemos que para mudar nossa forma de viver é preciso construir hábitos e levar para prática. Conversamos com Cairã Andrade, que é engenheiro ambiental, e nos trouxe luz acerca das perspectivas futuras sobre o envolvimento da sociedade com questões de sustentabilidade. "Muito se fala em social e sustentabilidade correlacionados hoje em dia, mas muito disso pode ser pura estratégia de marketing", explica e completa que "a partir das grandes crises ambientais que, inevitavelmente virão, as pessoas vão sentir na pele e assim, perceberem a necessidade de se adotar maneiras de existir nesse planeta que sejam sustentáveis." 

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Serão os motivos certos pelas intenções erradas, e ninguém quer isso, certo?! A hora é agora! Você nos pergunta, como então compreender a moda e ajudar no combate contra os danos causados ao meio ambiente?

Cairã responde: "Hábitos sustentáveis estão diretamente relacionados a hábitos saudáveis. Portanto, ser saudável e conseguir sensibilizar outras pessoas com isso, é um ato de grandeza. Afinal, o discurso norteia, mas o exemplo arrasta", conclui Cairã. Precisamos então repensar nossa visão sobre moda e tudo o que a envolve, para finalmente compreender como a mesma colabora para o sistema, e como cada atitude individual pode ser um passo significativo.

A gente entende que mudar toda a linha de produção para uma linha super-duper sustentável é complicado, que essa mudança não precisa ser do dia para a noite e nem de qualquer jeito. Porém a partir do momento em que a gente entende a importância disso, fica um pouco mais fácil. A Julia Delbaere é a criadora da marca Use Vasseur e se preocupa com todos os processos de produção. “Eu tenho muita cautela na escolha dos tecidos, eu mesma escolho peça por peça, não uso tecidos de origem animal e opto pela qualidade do material e não o preço. Acompanho todo o processo de fabricação para que a peça seja feita com todo cuidado e sem defeito até chegar ao consumidor”, afirma. E dá uma olhada em algumas das peças da loja:

Julia conta que o segredo é não ter pressa. "A parte criativa é a que mais gosto. Às vezes olhando o mar penso uma bolsa e aí desenvolvo, viver me inspira. Com o desenho no papel, entro em contato com o fornecedor, olho os tecidos um por um no showroom da fábrica e os aviamentos (cuidando para que nada enferruje e seja tudo bem resistente). Envio o material pra minha costureira que faz tudo com muito carinho). Peça pronta, eu fotografo, edito, posto e faço as entregas", acrescenta.

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"O couro sintético que eu compro consegue ter uma durabilidade melhor do que a do couro de verdade: não desgasta, não desbota nem sequer descasca. O diferente encanta meus clientes", conclui Julia. Viu só? É claramente possível entregar um bom produto levando em consideração aspectos ambientais e sustentáveis.

Vamos pensar um pouco mais antes de sair comprando quantidades e começar a se preocupar com a qualidade? Mais uma vez, você não precisa deixar seu estilo e coisas que gosta. Longe disso! A ideia é apenas consumir de forma mais consciente daqui pra frente, tudo bem?!

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