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EI, Vamos falar sobre MODA?

Aposto que em algum momento da sua vida você já teve contato com a moda, nem que seja para escolher o tênis que combina mais com seu outfit. Mas você já se perguntou o que realmente é a moda e de onde surgiu tudo isso? Originada do latim modus, traduzida quer dizer costume, maneira ou comportamento.

 

Segundo  Marta De Divitiis, jornalista e docente de moda, a moda surgiu em meados do século XVI, quando a burguesia começou a imitar a forma de se vestir dos nobres e a procurar novos modelos de roupas para que pudessem ser diferenciados. A moda faz parte da nossa cultura e marca épocas. 

Certeza que todo mundo já foi em uma festa dos anos 80, usou aqueles vestidos rodados de poá ou usou o pote inteiro de gel no cabelo! Caso não tenha reparado, algumas peças de roupas voltam para as vitrines como algo inovador, tipo as bolsas de franja ou calças “boca de sino” usadas lá na década de 70. Isso tudo porque a moda é cíclica.

Moda é um uso na forma de se vestir que muda constantemente. Para ser moda, tem que ser efêmera"

Marta De Divitiis

Jornalista e Docente

de Moda

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Imagem: GIPHY

"A gente fala que a moda é cíclica porque usos e costumes acabam se repetindo. Hoje, em pleno 2019, as calças clochard estão na moda de novo, assim como as mom jeans. Aliás, até as calças de cintura mais baixa já estão sendo anunciadas em alguns desfiles, assim como eram nos anos 60, as Saint-Tropez”, conta De Divitiis. Viu só como tudo faz sentido agora? E adianto logo, a moda está em todo lugar e vai muito além do glamour e das passarelas.

E onde é que a

SUSTENTABILIDAde entra na dança?

Sustentabilidade é um tema em destaque na mídia ultimamente, até porque aconteceram muitas situações envolvendo o meio ambiente este ano. Infelizmente muitas coisas ruins, mas estamos aqui para ajudar a entender o que é sustentabilidade para então, de alguma forma, cooperar para minimizar danos à  natureza. 

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Imagem: GIPHY

Pode ser que você não saiba, mas a sustentabilidade não tem a ver só com meio ambiente: ela é uma junção de três áreas denominadas social, ambiental e econômica. Cada área tem uma atuação específica, porém se juntam para formar o que entende-se como sustentabilidade. Se a gente pensar no funcionamento de uma empresa, o "tripé" pode ser explicado assim:

A parte social da sustentabilidade tem a ver com o humano e tudo o que de alguma forma se relacione a ele. Isso significa (dentro de uma empresa) funcionário, fornecedores, público-alvo, e até a comunidade.

Social

Aqui a gente pode explorar o desenvolvimento sustentável. A empresa precisa diminuir ao máximo os impactos ambientais, e sair das "propagandas" para a ação! 

Ambiental

A empresa é sustentável economicamente quando ela produz, distribui e oferece o produto/serviço de forma justa, sem desequilibrar o ecossistema e degradar o meio ambiente.

Econômica

Ainda falando sobre a parte social, "um colaborador ou funcionário da empresa não sendo maltratado, não tendo problemas com a comunidade ao redor da sua empresa, não tendo questões de trabalho escravo, por exemplo infantil. Questões que agridem determinado tipo de pessoa e assim por diante", conta o jornalista doutorando em administração de organizações e pesquisador na área de sustentabilidade, Delton Unglaub. Ele também lembra a importância de fazer o uso inteligente de recursos financeiros para que a empresa, por exemplo, consiga se manter dentro do mercado, como identificado na parte econômica.

O tema está tão falado atualmente que algumas empresas até fazem toda uma estratégia de marketing usando a sustentabilidade. "Empresas que afetam menos o meio ambiente tendem a ter um sucesso maior. Hoje tem mercados muito rentáveis e lucrativos que compram roupas de empresas que são conscientes em relação ao meio ambiente, utilizam algodão renovável, situações onde a empresa usa energia renovável na sua produção e outras", explica Unglaub. A gente sabe que nem todas estão realmente preocupadas com o meio ambiente, mas isso vamos deixar mais pra frente.

Só com essas informações você já percebeu que sustentabilidade vai muito além de substituir o canudo de plástico pelo de inox ou a sacola de plástico pela ecobag (mesmo isso sendo bem legal), né?! "O estudo da sustentabilidade é algo bastante complexo, bastante amplo, não é uma coisa que você pode falar em poucas palavras, mas é necessário para nossos tempos de hoje. As pessoas precisam saber como utilizar os recursos, não danificar o meio ambiente e prejudicar outras pessoas em função do seu sucesso ou do seu lucro", informa o jornalista. Sustentabilidade tem a ver com consumo consciente, cultura e até mesmo com o que chamamos de economia criativa.

É preciso saber utilizar 

recursos sem danificar o meio ambiente, ou prejudicar outras

pessoas em função do próprio sucesso ou de lucro."

 

Delton Unglaub

Jornalista e Pesquisador

na área de sustentabilidade

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e se a gente juntasse as duas coisas?

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Acredito que você deve se estar se perguntando como a moda pode ser sustentável, não é? Mônica explica que, “um produto de moda pode ser considerado sustentável quando é produzido com upcycling, quando feito à mão, com tecidos reciclados, com sobras de tecidos reaproveitados, com matérias primas naturais ou orgânicas, por customização, com a combinação de embalagens pós consumo ou materiais erroneamente descartados como lixo, com o envolvimento de comunidades, na divulgação da cultura popular local, na produção em pequena escala, na não geração de resíduos, com tingimento natural, com estamparia artesanal, ou até pelo uso de peças vintage”,  esclarece a jornalista.

Imagem: GIPHY

É muito fácil hoje encontrarmos marcas que se dizem sustentáveis. Entretanto algumas se apropriam do termo sustentabilidade para gerar clientela, já que ser "ecologicamente correto" está na moda. Esse marketing que se apropria de virtudes sustentáveis é conhecido como greenwashing (lavagem verde). "É impossível uma marca ser totalmente sustentável, e se alguma se coloca dessa forma, está no mínimo faltando com a verdade.

A primeira coisa que precisamos entender é que a moda ainda não é 100% sustentável e pensando de maneira bastante utópica talvez (mas bem talvez) daqui a  uns 50 anos ela seja completamente alinhada com os conceitos de sustentabilidade. É importante frisar que "sustentabilidade não é uma maneira de fazer, e sim de ser", como afirma a jornalista, artista têxtil e criadora do Ecochic Day, Mônica Horta. 

Por exemplo, uma grande marca de Fast Fashion que declara que está transformando seus processos para se adequar ao mundo sustentável, e divulga que usa materiais ecologicamente corretos, mas ao mesmo tempo intensifica sua produção, deixa clara sua intenção real. O fato dela usar matérias primas mais naturais não significa que tenha compromisso com sustentabilidade", informa Mônica.  Felizmente, para que este cenário mude, é preciso apenas que o consumidor tenha um pouco mais de critério.

 A melhor maneira de combater greenwashing é se informar a respeito de como a marca se comporta como um todo no mercado, e não apenas em uma ação pontual."

Mônica Horta

Jornalista, ativista de

moda autoral, consultora

de moda, artista têxtil e

criadora do Ecochic Day

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Mônica explica que "o futuro desejado depende de escolhas individuais, e o que cada pessoa pode fazer pra contribuir com a construção desse novo mundo. O novo consumidor quer ter o prazer da compra, mas é bem informado e preza direitos humanos e o respeito ao meio ambiente; busca reforçar sua identidade com peças exclusivas; e exige conhecer a procedência da peça: onde foi feita, por quem, em que condições, e de que matéria prima foi produzida." Viu, só?! Depende muito de nós mesmos.

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Slow X fast

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Agora que você entendeu um pouco mais sobre o que a moda é, e até mesmo parte de sua relação com a sustentabilidade, podemos caminhar um pouco mais a fundo no assunto. Você já ouviu falar em Fast Fashion e Slow Fashion? Não?! Pois aposto que o Fast Food você conhece, certo?! Lanchonetes e restaurantes que fazem uma comida rápida, barata, talvez não tão saudável assim, cheia de gordura e coisas que com certeza só de pensar já te deram água na boca... Pois bem, o conceito de Fast Fashion é bem parecido. 

O movimento que surge no final do século XX traz a ideia da produção rápida e em grande escala, atualizações constantes e preços que enchem os olhos do público, desenfreando o consumismo e um grande desejo de compra. A estilista Sandra Okuizumi descreve o Fast como “moda descartável, pronta para vestir e amanhã não usar mais. Ela atende a necessidade do momento e não trabalha com algo duradouro”, expõe. “O Fast Fashion passou a imitar grandes marcas e grandes tendências das passarelas da Alta Costura, produzindo as peças em massa com qualidade inferior e dando a oportunidade ao cliente classe média de chegar perto de um conceito de roupa “de luxo”’, explica a designer de moda, Monique Staneck.

Empresas de Slow estão preocupadas em vender uma identidade ao cliente, roupas com processo criativo original com qualidade e isso é muito importante para que a roupa possa passar de pai pra filho, gerando também um ciclo de afetividade."

 

Monique Staneck

Designer de Moda e

Empresária

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O Slow não envolve

somente sustentabilidade ambiental mas também sociais, e até mesmo  éticos, o que, consequentemente vai contra as propostas do Fast Fashion."

 

Sandra Okuizumi

Estilista graduada em

Negócios da Moda

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Por outro lado, no entanto, o Slow busca a valorização de cada peça de roupa ou acessório, se preocupando e buscando entender todo o processo de pesquisa, criação, desenvolvimento de produto e produção, conforme afirma Sandra. “O Slow é a desaceleração”, completa. E é pensando nos processos que o Slow traz à tona mais do que os resultados de vendas ou tendências. “Ele está preocupado no bem estar dos seu funcionários, no cuidado ao meio ambiente e na entrega de produtos com o conceito “menos tendência e mais essência”’, acrescenta Monique.

Sandra explica que a escolha das peças depende muito do perfil do consumidor. “Há pessoas com perfis compostos por uma preferência de roupas mais clássicas, outras que gostam das novidades constantes e outras que simplesmente não ligam para nada. Dentro desses exemplos citados, algumas delas podem ser menos ou mais consumistas, consequentemente alimentando ou as marcas Fast ou Slow Fashion", conclui. 

 

Curtiu? Para deixar ainda mais prático, dá uma olhada na tabela que preparamos:

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Cristalino como a água, né?! Se há um caminho certo ou errado você ainda tem bastante tempo para decidir. Enquanto isso, fizemos um teste para descobrir em qual movimento você mais se encaixa. Let's?

Vamos desacelerar? Calma, você não precisa se desfazer das coisas que já tem, a intenção não é gerar mais lixo e muito menos te preocupar (talvez um pouquinho, mas de um jeito bom). Você já ouviu falar em minimalismo? Explicando rapidamente, é basicamente um estilo de vida, onde você decide viver apenas com o essencial, sem gastos supérfluos. Colocamos duas pessoas extremamente diferentes em suas decisões de compra, para fazerem o teste acima e explicarem um pouco dos motivos de suas preferências. O Irineu Felipe leva um estilo de vida bem minimalista, já o Alex Macedo é fã de fast fashion. Confere o resultado no vídeo aí embaixo.

slowXfast
minimalismo

arregaçando as mangas

Lembra daquela sua calça que virou um shorts, ou daquela blusa que você cortou a manga para virar uma regata? A gente chama isso de D.I.Y ("do it yourself", ou no nosso português, "faça você mesmo"). As amigas Bianca Lemos e Suzana Honório decidiram criar o Acha? Brechop, um brechó que tem essa pegada de transformar uma roupa “velha”  que talvez fosse direto para o lixo,  em uma peça novinha em folha.

 

Para entender melhor como funciona, a importância do upcycling dentro da moda e conhecer um pouco do projeto das meninas, confira abaixo o bate-papo que tivemos com elas!

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Imagem: GIPHY

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Imagem: Patricia Olegário

CS:O que motivou vocês a criarem o projeto?

AB: Nós tínhamos um grupo de amigas que se reuniam semanalmente, começamos a trocar peças e acessórios entre a gente por dois motivos: 1- Economizar dinheiro, nem todo mundo conseguia comprar roupas e 2- A Suzana Honório (umas das fundadoras do Acha) é gestora ambiental e sempre nos incentivava a ter ações mais sustentáveis.

 

Depois a Bianca Lemos casou (outra fundadora do Acha) e organizamos três edições de bazares para ajudá-la nos gastos do casamento. Depois disso enxergamos uma possibilidade de aplicar nossas habilidades e área de conhecimento (Gestão e análise Ambiental, Educação e Relações Internacionais) em um negócio.

E aí gostou da ideia de transformar uma roupa antiga em uma novinha sem gastar nada e por consequência ainda ajudar a minimizar os danos no meio ambiente? E o que acha de colocar a mão na massa e tentar fazer com alguma peça que esteja parada aí? Para te incentivar, pedimos algumas inspirações de peças que a equipe do Acha? reformou, e a gente já adianta que a única regra é usar a criatividade!

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Imagem: GIPHY

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Imagem: GIPHY

Bem legal, né? a peça ganha outra "cara" e você nem precisa investir em outra... Mas caso queira uma peça nova, que tal procurar alternativas mais sustentáveis? Você já comprou em um brechó? A palavra brechó é usada para descrever uma loja ou ambiente que exponha e venda objetos usados. As peças vendidas podem ter sido doadas ou compradas por um preço abaixo do valor de mercado e, geralmente, quando expostas ao público também costumam ter um baixo custo.

 

Mas o fato de serem peças usadas não significam que são velhas ou mal cuidadas, pelo contrário, as peças passam por uma triagem e são arrumadas (caso precise), limpas e estão, em sua maioria, em ótimas condições de uso. A Isadora Gabriela é a criadora do blog Brechó Possível, projeto que incentiva o consumo consciente, e apresenta alternativas mais sustentáveis. Solta o play pra ouvir nossa conversa com ela.

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Brechó possível - Isadora GabrielaCabide Sustentável
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Fashion week sustentável?

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Todo mundo em algum momento da vida já ouviu falar em Fashion Week. Vários desfiles, muita roupa chique e exótica, luzes, passarela… Bom, Fashion week é o que diz sua tradução literal: semana de moda. O evento permite que criadores e profissionais da moda, além da própria indústria do vestuário, apresentem seu trabalho. São calçados, roupas, acessórios, joalheria e várias outras áreas exibidas em desfiles.


Agora, você já ouviu falar em Eco Fashion Week? Não?! Criado em 2017 com o objetivo de dar mais visibilidade às marcas comprometidas com a sustentabilidade, o BEFW este ano (2019) está na sua terceira edição e acontece nos dias 16, 17 e 18 de novembro em São Paulo. E pasmem: o evento é gratuito e aberto ao público! Só é necessário realizar a inscrição.

A gente conversou com o Rafael Morais, um dos criadores e diretores do projeto, e ele contou várias coisas legais: “Teremos exposição de empresas e projetos, diversos palcos e espaços com debates, bate-papos, workshops, atividades para o público e 20 participantes em 18 desfiles durante os três dias de evento.” E aí vai um spoiler: “a continuidade do Espaço Amazônia, neste ano terá uma ‘exposição’ surpresa que vamos revelar apenas bem próximo das datas”, conta o diretor.

Imagem: GIPHY

Rafael acredita que o processo de crescimento do setor da moda em termos sustentáveis é notável, e acrescenta: “A indústria nacional tem se mobilizado, transformando processos produtivos e buscando novos materiais e ações com menor impacto ambiental - [apesar de que há] uma sensação de que ‘as coisas podiam ser mais rápidas.”

 

Graças à tecnologia e ao fluxo de informações que vivemos atualmente, é possível que alcancemos um futuro mais sustentável. “Além de ampliar os debates e ações destes assuntos para escolas, marcas, empresas e o consumidor comum e final, vemos também que as semanas de moda já começam a inovar em suas apresentações. Mesmo semanas de moda antigas e já consolidadas, agora oferecem espaço aos criadores alinhados com a sustentabilidade", informa Rafael.

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BEFW

Quando

de 16 a 18 de novembro

Onde

Unibes Cultural

Rua Oscar Freire, 2500 – Sumaré, SãoPaulo – SP

befw
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